Porque os Estudos sugerem que crianças emocionalmente mais inteligentes têm melhores resultados escolares e maior capacidade de concentração.
Um pouco sobre a origem da Inteligência Emocional
Não existe uma definição definitiva para o conceito de inteligência emocional (normalmente é assim nas ciências sociais), sendo que tem vindo a evoluir nas últimas dezenas de anos, existindo várias correntes de pensamento sobre este tema.
Há várias teorias e vasta investigação científica a ser produzida dentro deste tópico, mas o conceito foi introduzido pelo psicólogo Howard Gardner, professor na Universidade de Harvard na década de 80 com a publicação do livro “Frames of Mind: The Theory of Multiple Intelligences” , onde apresenta a Teoria das Inteligências Múltiplas.
Nesta teoria Gardner sugere que temos a capacidade de desenvolver múltiplas inteligências, contrapondo a ideia da existência de um único tipo de inteligência “Quociente Intelectual (IQ)”.
A inteligência intrapessoal (autoconsciência) e a inteligência interpessoal (compreensão outros) são 2 tipos de inteligência descritos por ele e que dão o mote para o desenvolvimento do conceito de Inteligência Emocional.
Este conceito torna-se conhecido do grande público em 1995 após a publicação do BestSeller do psicólogo Daniel Goleman “Emotional Intelligence:Why it can matter more than IQ”.
Assim, uma forma de definir Inteligência emocional é como a habilidade de identificar, entender e gerir as nossas próprias emoções. Bem como, a capacidade de compreender e responder às emoções dos outros.
Desenvolver a Inteligência Emocional no dia-a-dia
Hoje em dia, tornou-se evidente que as competências sociais e emocionais são determinantes no sucesso pessoal e profissional.
Sabe-se hoje que as decisões são primeiro tomadas a nível emocional e só depois de forma racional, até as que achamos que são totalmente racionais (não o são).
Então quanto mais influência emocional nos acontecimentos, menor a influência racional.
Isto quer dizer, que sabermos identificar as nossas emoções, os gatilhos emocionais que fazem disparar certos comportamentos e decisões é essencial para gerir as nossas atitudes e a forma como nos relacionamos.
Desenvolver a inteligência emocional permite usar as emoções para guiar padrões de pensamento e comportamentos pessoais.
Por outro lado, é útil para identificar, prever e responder a emoções e comportamentos dos outros, podendo impactar positivamente as nossas relações.
Ser emocionalmente inteligente tem um papel vital na construção de relações saudáveis e na eficácia da comunicação com os outros.
Os benefícios de desenvolver a inteligência emocional desde cedo, estendem-se a outras áreas da vida, incluindo:
- Capacidade de auto-regulação emocional
- Promove a auto-motivação
- Desenvolve e reforça a empatia
- Permite a construção de relações mais fortes e resilientes com os outros
- Melhora a eficácia da comunicação
Desenvolver a Inteligência Emocional na Escola
As crianças precisam de acompanhamento para desenvolver a sua inteligência emocional.
Desenvolver a Inteligência Emocional na escola porque esta é tão importante quanto as capacidades cognitivas. Estudos sugerem que crianças emocionalmente mais inteligentes parecem ter melhores resultados escolares e maior capacidade de concentração.
A Inteligência Emocional inclui funções intra e interpessoais e professores e educadores podem e devem incluir alguns princípios nas suas aulas e planeamentos diários.
Ao fazê-lo, relembrem-se sempre a importância deste seu investimento, já que os estudos demonstram que crianças e jovens emocionalmente inteligentes tendem a demonstrar:
- Melhor desempenho escolar
- Melhores relações interpessoais
- Maior capacidade de resolução de problemas
- Mais facilidade em controlar impulsos
- Melhores habilidades de comunicação
- Capacidade de flexibilizar e adequar comportamentos ao contexto que se encontram
- Mais empatia
- Maior resiliência e adaptabilidade
- Respostas mais saudáveis a mudanças de vida
Com todos estes benefícios torna-se claro o impacto que pode ter para as crianças o investimento da educação na vertente da inteligência emocional.
E a inteligência emocional dos educadores e professores?
Desenvolver a inteligência emocional na escola não é só importante para as crianças. Estas são competências que podemos aprofundar em qualquer momento ao longo da vida.
Ao desenvolver estas habilidades ajudar-te-á a te tornares um melhor educador.
Parte significante da responsabilidade do adulto enquanto educador é ter a capacidade de ser uma referência positiva na forma como cuida e gere as suas emoções, assim como modela positivamente os seus comportamentos.
Por outro lado, o bem-estar dos professores e educadores é essencial para o sucesso de todo o processo educativo.
Então, o que podes começar já a fazer com os teus alunos?
Existem várias estratégias e actividades que podem ser usadas para aumentar a inteligência emocional na sala, logo desde o jardim de infância.
Por exemplo, desenvolver a escuta e observação ativas, assim como metodologias que aumentam a autoconsciência.
A escuta e observação ativas, permite focar a atenção ao que se diz, mas também a pistas não verbais, cria confiança e conexão, demonstrando compreensão.
Podem, então, introduzir alguns pequenos desafios envolvendo o diálogo interactivo ou treinar a atenção através da audição.
Os exercícios de autoconsciência permitem que os alunos se conectem com processos internos de pensamento, sentimentos e com as pistas que o corpo lhes dá (gatilhos) que explicam certos padrões de comportamento.
Práticas de respiração consciente, meditação ou um diário de gratidão são exemplos do que pode ser implementado.