ESTRATÉGIAS SIMPLES PARA VIVER COM MAIS EQUILÍBRIO E BEM-ESTAR
Estamos em mais um momento de reuniões, grelhas, relatórios e afins. Estas épocas são muitas vezes conturbadas e caracterizadas por ansiedade, stress e agitação para muitos professores e educadores. Este tipo de trabalho burocrático e de responsabilidade de “papelada” é muitas vezes descrito pelos docentes como o mais esgotante, pesado, saturante e que lhes traz menos reconhecimento e satisfação.
Na verdade, a maioria dos professores e educadores gosta mesmo é de estar com os miúdos e de ultrapassar desafios reais de sala de aula. Gosta de evoluir e crescer com os seus alunos e não de estar inundado por papéis e documentos mil, tantas vezes sentido como pouco úteis.
Parece que cada vez mais há uma cultura instalada de que é bom profissional quem sai mais tarde, se sente constantemente assoberbado, quem tem mil e uma coisas para fazer ou está constantemente cansado e exausto.
Citando Raquel Varela, investigadora da universidade Nova de Lisboa sobre um estudo de 2018 que entrevistou 19 000 profissionais, relativo a Síndrome de Burnout (esgotamento, exaustão) em docentes em Portugal:
“Temos quase 80% dos professores em exaustão emocional. Temos perto de 50% que não se realizam profissionalmente e temos um dado muito curioso que é o de que só cerca de 10% dos professores entraram em despersonalização (não passaram, na maioria, a ver os alunos como coisas, como acontece noutros casos de burnout). É uma doença dos professores que também se manifesta e isso é visível no inquérito numa forte competição, desconfiança e mal-estar, fundamentalmente com o não reconhecimento público,
o que imediatamente apela ao Estado e à comunicação social, com as chefias mas também entre colegas. 94% dos professores querem ir para a reforma.
(…)
Quase 20% dos professores está preocupado com o seu consumo de álcool, drogas e medicamentos. Este número corresponde exatamente àqueles que estão em burnout extremo no resultado psicométrico.”
As conclusões deste estudo são reveladoras do desgaste profissional e do mal estar emocional e psicológico de muitos docentes. Hoje, 3 anos depois, com uma pandemia, confinamento, vários meses de ensino à distância e inúmeras regras e imposições referentes às medidas de mitigação da pandemia em contexto de escola, acredito que esta realidade ainda se tenha agudizado mais.
Para que possas identificar aqui fica uma lista de alguns dos sinais de Síndrome de Burnout (exaustão/esgotamento) são:
- Cansaço físico e mental
- Dificuldade de concentração
- Falta de vontade e de motivação
- Falta de energia e dificuldade no sono
- Sentimentos de incompetência
- Alterações repentinas de humor
- Necessidade de isolamento
Se és docente e sentes que poderás estar com sinais de esgotamento, exaustão mental ou emocional, pede ajuda ao teu médico ou profissional de saúde. Acompanhamento médico e psicológico é essencial para ultrapassar esta situação.
Enquanto educadores, devemos semear uma cultura de bem-estar e respeito por nós próprios.
Porque viver com mais calma, fazer pausas para reorganizar e criar espaço mental, ter energia para brincar com os filhos ao final do dia, sentir mais equilíbrio emocional, têm que ser prioridades no dia-a-dia.
Torna-se então essencial que cada um tome medidas de prevenção no que refere à sua saúde e ao bem-estar físico, mental e emocional. Olhar para si, estabelecer uma rotina de bem-estar que responda às próprias necessidades são medidas para pôr em prática o quanto antes. A questão é que tantas vezes até percebermos qual é o problema, mas não sabemos por onde começar para o solucionar.
Deixo aqui 6 estratégias de autocuidado que podes usar já hoje:
- Cria blocos de tempo para fazer algo que gostas quando organizas a tua agenda;
- Faz pausas regulares. Podes usar esse momento para beber água, chá ou café ao som de uma música que te traga bem-estar;
- Respira Conscientemente. Pára o corpo, inspira pelo nariz levando o ar até à tua zona abdominal. Expira pela boca, calma e prolongadamente. Repete 3x;
- Cria uma rotina de Meditação, mesmo que sejam poucos minutos. Podes aceder a uma meditação guiada de relaxamento grátis clicando aqui.
- Usa afirmações que dão sentido ao teu trabalho, em especial o que te é mais difícil de cumprir. Por exemplo “Eu sou capaz e competente nas diferentes áreas do meu trabalho” ou “ Este meu trabalho agora é essencial no futuro dos meus alunos”.
- Escolhe as tuas “batalhas”. Deixa ir aquilo que não é verdadeiramente importante para ti e não vás a todas. Podes fazer esta pergunta no momento de decidir “Neste momento é mais importante para mim avançar ou ter razão?”
Se já usas estratégias de autocuidado e gostavas de aprofundar e ganhar mais ferramentas ou se ainda não começaste, mas estás decida a fazê-lo, quero falar-te de um programa de 12 dias que criei a pensar especialmente em Professoras Ocupadas.
Ao entrar neste programa vais aceder a 12 formas simples, eficazes e possíveis de pôr em prática no teu dia-a-dia ocupado para te sentires mais focada, com mais energia e com mais equilíbrio emocional. A tua mochila fica com 12 novas perspectivas de olhar para questões diárias e 12 estratégias para lidares com essas situações de forma mais respeitosa das tuas necessidades.
Tens acesso a vídeos e áudios com estratégias de auto-massagem, organização do teu espaço, respiração consciente ou meditação guiada.
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Autor: Juliana Barroso