Constrói um ambiente mais sereno e relações mais saudáveis com os teus alunos
Os profissionais de educação têm um papel determinante, desde cedo, no desenvolvimento saudável da inteligência emocional de todos na comunidade escolar.
Muito pode ser feito, normalmente existem vários planos, projetos e documentos estratégicos a diferentes níveis dentro da escola que focam estas competências (ex. Plano Nacional de Saúde Escolar, Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, Projeto Educativo, etc…).
Mas, a minha experiência diz-me que apesar disso, muitos docentes sentem que lhes faltam recursos para lidar com os desafios de comportamento no dia-a-dia e de como desenvolver estas competência na prática.
Fala-se muito da agitação, desatenção, conflitos entre pares, birras e dificuldades dos miúdos regularem os seus comportamentos e isso impacta o ambiente dos espaços escolares, assim como as relações que se desenvolvem entre todos.
Eu sou pelo simples, pelo que é aplicável em contexto real e pelo que se traduz facilmente em resultados. Ideias e princípios muito complexos tendem a não trazer transformação porque são difíceis de aplicar e compreender.
Então, aqui partilho 3 estratégias que podes aplicar em qualquer momento da tua vida e com qualquer pessoa, na verdade (até contigo).
Ao aplicares e desenvolveres estas 3 estratégias simples que podes implementar no dia-a-dia verás gradualmente a diferença que fará para os teus alunos (e para os adultos em redor):
1 Reconhecer e aceitar todas as emoções
Nem sempre as emoções chegam nos momentos e com intensidade convenientes à situação em que estamos.
Muitas vezes não entendemos porque a criança se sente de determinada forma e porque se está a expressar de certo modo.
Contudo, tentar bloquear ou limitar a emoção é inútil, já que não as conseguimos controlar.
Então, uma forma simples de facilitar a diminuição da intensidade do sentimento e da sua exteriorização é validar e reconhecer. Criar um espaço seguro para a expressão de toda e qualquer emoção, seja ela agradável ou desagradável.
Como?
Conecta-te com a criança, escutando e falando com ela à sua altura. Escuta, acolhe e mostra empatia pelas suas palavras e comportamentos, para que também ela possa ganhar consciência da experiência.
2 Dá nome às Emoções
Em conjunto com o ponto anterior, usa o espaço seguro e a conexão que criaste, para encorajar a identificação da emoção por parte da criança.
Estará a sentir-se triste, zangada, entusiasmada, envergonhada, frustrada, ansiosa, excitada?
Nomear emoções expande o vocabulário emocional da criança e permite-lhe ter pistas do que poderá estar a sentir em situações futuras.
Identificar as próprias emoções é o primeiro passo da empatia, já que facilita a leitura de possíveis sentimentos expressos por outras pessoas.
Como?
Para te ajudar nesta tarefa, poderás fazer previamente alguns jogos de identificação de emoções através de fotografias ou com emojis.
Poderão brincar no espelho, observando a própria cara ao representar diferentes emoções. Ou poderão fazer pequenas representações em grupo sobre como se sentiriam em diferentes situações vividas no dia-a-dia.
No momento em que a emoção aflora, questiona sobre o que está a sentir. Caso, a criança não consiga identificar, poderás sugerir.
Por exemplo: “Será que te estás a sentir ______ (nome da emoção) porque ______ (descreve a situação que observas de forma simples”.
3 Apresenta alternativas de comportamento
Uma vez que a criança já consegue acolher a emoção e identificá-la, poderás apresentar-lhe novas ferramentas para relacionar-se com essa experiência emocional.
Todas as emoções são válidas, mas nem todos os comportamentos são adequados, pelo que devemos ter estratégias para vivenciar e expressar os nossos sentimentos de forma segura e apropriada ao contexto em que estamos.
Como?
Podes usar a Respiração consciente (clica aqui para ver a Respiração da Estrela do Mar), criar um cantinho da calma, permitir a saída da sala, ou um momento de pausa para escutar uma música ou uma meditação guiada (clica aqui para acederes a áudios de meditação guiada para crianças).
E a inteligência emocional dos educadores?
A inteligência emocional não é só importante para as crianças. Estas são competências que podemos desenvolver e aprofundar em qualquer momento ao longo da vida.
Ao desenvolver estas habilidades ajudar-te-á a te tornares melhor pessoa e melhor educadora, além de que trará benefícios inegáveis ao teu bem-estar e à qualidade das tuas relações.
Parte significante da responsabilidade do adulto enquanto educador é ter a capacidade de ser uma referência positiva na forma como cuida e gere as suas emoções, assim como modela positivamente os seus comportamentos.
Então, é essencial que não descures a forma como te sentes e como estás a lidar com esses sentimentos.
Criando estas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento das competências associadas à inteligência emocional, estamos a investir num futuro mais consciente, gentil e a construir capacidades geradoras de bem-estar e saúde para toda a vida.
________________________________________________________________________________________________
Descobre uma forma simples e eficaz de manter os teus alunos atentos e motivados… Enquanto recuperas a tua calma e o prazer de ensinar todos os dias.
Meditações guiadas para crianças dos 4 aos 10 anos.
Clica AQUI e descobre como ter crianças mais calmas e relaxadas!