A educação, como a vida,  faz-se de perspectivas. O absolutismo não serve a maioria das situações e dependendo do ponto de observação, assim se vislumbram perspectivas consonantes, dissonantes, mais próximas ou mais distantes.

A “realidade” é relativa e dependente do lugar físico, emocional e energético de onde é observada. Crenças, conhecimento técnico, relação, experiência prévia, finitude de informação determinam, tantas vezes, o resultado da imagem que se forma em cada circunstância.

Assim, criam-se “vidas infinitas” sobre a mesma situação.

Pergunto-me, quantas vidas cabem num simples salame de chocolate

• Para a Mãe Rita é um momento de conexão e partilha;
• Para a Educadora Ana é incentivo sensorial;
• Para o Professor Arnaldo são pesos e medidas, métricas e o estudo da matemática
• Para o Terapeuta Luís é estímulo da motricidade
• Para o Pai Ricardo é uma surpresa e um reforço da auto-estima e da autonomia do filho;
• Para a Avó Catarina é herança familiar que se manifesta pelas mãos do mais novo;
• Para a Prima Sara é uma doce alegria compartilhada em cumplicidade debaixo da mesa;
• Para a Psicóloga Vera é trabalho emocional e encarar a aversão inicial;
• Para a vizinha Judite são as saudades dos netos que vivem longe;
• Para o pequeno cozinheiro Manel é um momento de descoberta, é viver a alegria, é orgulhar-se pela conquista com os demais, é descobrir todas estas vidas num simples salame de Chocolate.

E tu, que outras “vidas” consegues adicionar a um simples Salame de Chocolate?

Autor: Juliana Barroso